Depois de muito disse-que-disse, especulações e ameaças judiciais, a Rede Record exibiu o primeiro episódio da nova temporada de Ídolos, versão brasileira do original britânico Idols, licenciado pela FremantleMedia. Na nova emissora, o formato manteve-se fiel à estrutura estrangeira, com três jurados e um apresentador. A adaptação, no entanto, ficou tão similar ao molde americano que até mesmo os estereótipos dos personagens foram absorvidos. No primeiro programa da temporada 2008 não faltaram caras e bocas. Para o trio que compõe o júri faltou o principal ingrediente: a complementaridade entre os envolvidos. Luis Calainho, um dos jurados, encarnou por completo o papel do produtor e empresário Simon Cowell. À primeira vista, antipático e bastante artificial.
Adaptações de versões estrangeiras no Brasil sempre suscitaram dúvidas: manter-se fiel às originais ou ajustá-las para a realidade local? O Big Brother Brasil, por exemplo, mostrou-se flexível com o passar dos anos. Apesar da rigidez das regras impostas no início do jogo, a edição foi se moldando de acordo com a preferência popular, tal qual um enredo de novela: uma obra aberta e passível à intervenção de pesquisas de aceitação pública. Outros formatos, entretanto, mantiveram-se rígidos, com pouca ou nenhuma adaptação, como o game Topa ou Não Topa, atualmente reexibido pelo SBT nas sextas-feiras.
Durante sua estada na emissora de Silvio Santos, nas temporadas 2006 e 2007, o programa Ídolos sofreu algumas intervenções. Apesar do formato ter sido mantido, a caractarização das figuras envolvidas mostrou-se espontânea e coesa. Em poucos tempo, Saccomani, Miranda, Cyz e Thomas tornaram-se o principal ingrediente do reality show. Nas etapas de audição, alguns jurados fizeram papel de carrasco e outros de mocinho. Com o andar do programa, no entanto, cada um assumiu a sua personalidade.
Desentusiasmada com a performance do formato no SBT, a FremantleMedia abriu negociações com a Record. Na Anhangüera, a decisão gerou surpresas e polêmicas. Após a perda oficial do Ídolos para concorrência, Silvio Santos arregaçou as mangas e ordenou, a toque de caixa, a produção de um programa similar, com apelo mais popular e ares de Show de Calouros. O resultado mostrou-se interessante. Exibido na linha do SBT Show, o reality Astros assumiu uma identidade popular – por vezes grotesca e bizarra – e vem alcançando bons índices de audiência, entre 08 e 09 pontos na Grande São Paulo.
Para a temporada de 2008, a Rede Record investiu US$ 12 mil (cerca de R$ 19,6 milhões) no programa Ídolos. Uma grande aposta, sem dúvida. Com uma estética alinhada ao modelo internacional e um belo trabalho gráfico, as edições estão ágeis e bem estruturadas. Rodrigo Faro, o apresentador, está bastante à vontade em cena. Sua afinidade com a interpretação e com a música lhe rendeu excelentes oportunidades de interação com os candidatos. Os jurados, por sua vez, dificilmente escaparão das comparações com o quarteto do SBT. À primeira vista pareceu que o trio não está alinhado. Ainda soa artificial. Os tradicionais “esculachos”, por vezes deixam de ser engraçados e tornam-se agressivos. Essa inadequação pode desagradar os telespectadores e colocar em risco o sucesso do programa.
A grande estréia do Ídolos na Record teve uma audiência ainda tímida, 11 pontos, ocupando a vice-liderança absoluta, contra 18 da Globo e 09 do SBT. Ainda é cedo para tecer qualquer previsão. O que ficou constatado, entretanto, é que este formato, aqui no Brasil, obtém seus melhores índices na etapa de audições. A partir daí a audiência começa a dispersar. Pelo menos foi o que aconteceu no SBT.
O Brasil tem algumas particularidades difíceis de explicar: Big Brothers viram celebridades em poucos dias (e tornam-se anônimos tão rapidamente quanto), mulheres frutas viram pautas nos programas de variedades e as músicas populares em destaque chafurdam do baixo para o baixíssimo nível. Até agora, escassos foram os casos de cantores revelados em realitys show que ganharam expressão nacional. Situação lamentável. Para nossos ouvidos, Crééééú.
Quer trocar mais idéias, escreva para joaoclins@yahoo.com.br. Abraço e até o próximo contato!
Adaptações de versões estrangeiras no Brasil sempre suscitaram dúvidas: manter-se fiel às originais ou ajustá-las para a realidade local? O Big Brother Brasil, por exemplo, mostrou-se flexível com o passar dos anos. Apesar da rigidez das regras impostas no início do jogo, a edição foi se moldando de acordo com a preferência popular, tal qual um enredo de novela: uma obra aberta e passível à intervenção de pesquisas de aceitação pública. Outros formatos, entretanto, mantiveram-se rígidos, com pouca ou nenhuma adaptação, como o game Topa ou Não Topa, atualmente reexibido pelo SBT nas sextas-feiras.
Durante sua estada na emissora de Silvio Santos, nas temporadas 2006 e 2007, o programa Ídolos sofreu algumas intervenções. Apesar do formato ter sido mantido, a caractarização das figuras envolvidas mostrou-se espontânea e coesa. Em poucos tempo, Saccomani, Miranda, Cyz e Thomas tornaram-se o principal ingrediente do reality show. Nas etapas de audição, alguns jurados fizeram papel de carrasco e outros de mocinho. Com o andar do programa, no entanto, cada um assumiu a sua personalidade.
Desentusiasmada com a performance do formato no SBT, a FremantleMedia abriu negociações com a Record. Na Anhangüera, a decisão gerou surpresas e polêmicas. Após a perda oficial do Ídolos para concorrência, Silvio Santos arregaçou as mangas e ordenou, a toque de caixa, a produção de um programa similar, com apelo mais popular e ares de Show de Calouros. O resultado mostrou-se interessante. Exibido na linha do SBT Show, o reality Astros assumiu uma identidade popular – por vezes grotesca e bizarra – e vem alcançando bons índices de audiência, entre 08 e 09 pontos na Grande São Paulo.
Para a temporada de 2008, a Rede Record investiu US$ 12 mil (cerca de R$ 19,6 milhões) no programa Ídolos. Uma grande aposta, sem dúvida. Com uma estética alinhada ao modelo internacional e um belo trabalho gráfico, as edições estão ágeis e bem estruturadas. Rodrigo Faro, o apresentador, está bastante à vontade em cena. Sua afinidade com a interpretação e com a música lhe rendeu excelentes oportunidades de interação com os candidatos. Os jurados, por sua vez, dificilmente escaparão das comparações com o quarteto do SBT. À primeira vista pareceu que o trio não está alinhado. Ainda soa artificial. Os tradicionais “esculachos”, por vezes deixam de ser engraçados e tornam-se agressivos. Essa inadequação pode desagradar os telespectadores e colocar em risco o sucesso do programa.
A grande estréia do Ídolos na Record teve uma audiência ainda tímida, 11 pontos, ocupando a vice-liderança absoluta, contra 18 da Globo e 09 do SBT. Ainda é cedo para tecer qualquer previsão. O que ficou constatado, entretanto, é que este formato, aqui no Brasil, obtém seus melhores índices na etapa de audições. A partir daí a audiência começa a dispersar. Pelo menos foi o que aconteceu no SBT.
O Brasil tem algumas particularidades difíceis de explicar: Big Brothers viram celebridades em poucos dias (e tornam-se anônimos tão rapidamente quanto), mulheres frutas viram pautas nos programas de variedades e as músicas populares em destaque chafurdam do baixo para o baixíssimo nível. Até agora, escassos foram os casos de cantores revelados em realitys show que ganharam expressão nacional. Situação lamentável. Para nossos ouvidos, Crééééú.
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