O humor passa por um momento de amadurecimento. O gênero “comédia stand up”, cada vez mais popular no Brasil, possibilitou a apresentação de ótimos textos, sem a necessidade de grandes investimentos em recursos técnicos. É a vitória do conteúdo. Um microfone na mão e muitas idéias na cabeça: os elementos necessários para uma encenação divertida, irreverente e improvisada. Redigir tais roteiros, contudo, exige velocidade de raciocínio, estudo e conhecimento multidisciplinar. Hoje, as piadas estão datadas, cada vez mais temporais e contextualizadas com o cenário sócio-político e econômico. A opinião pública, enfim, despertou para o humor inteligente.
Os formatos televisivos têm seu ciclo de vida. Eles envelhecem e o público se renova. Isso não quer dizer que o humor de Chico Anysio esteja fadado ao esquecimento. As novas gerações, todavia, desconhecem cada vez mais o trabalho deste grande humorista. O fato de estar fora do ar amplia ainda mais este ostracismo. Há ainda os programas que não se reinventaram com o tempo, como o caquético “A Praça é Nossa”. A estética, o roteiro, o cenário e as piadas cheiram a naftalina. O enredo insiste em privilegiar a sexualidade, a homofobia e as piadas de duplo sentido.
“Zorra Total” também investe em uma estrutura semelhante à da Praça, com algumas vantagens: o amparo técnico da Rede Globo, cenários elaborados e um polpudo orçamento de produção. No elenco, grandes nomes da dramaturgia nacional. O resultado, contudo, deixa a desejar. Muito carnaval para pouco conteúdo. E pior: com público garantido e audiência em alta.
Um dos representantes da nova geração do humor brasileiro é o “Pânico na TV”. A versão televisiva do programa radiofônico estreou em setembro de 2003, aos domingos, na RedeTV!. Abrigada em um horário bastante disputado, inicialmente às 18h, a trupe de Emílio Surita começou a se destacar com a sua comicidade non sense. Perguntas indiscretas, quadros bizarros e intervenções esdrúxulas chamaram a atenção de um estrato até então marginalizado na programação dominical aberta: os jovens de classe ABC.
Desde sua criação, o trash passou a ser um dos elementos principais do “Pânico na TV”, uma atração declaradamente kitsch e grotesca. Por possuir um público altamente qualificado e formador de opinião, virou um retumbante sucesso comercial e atraiu anunciantes de diversos segmentos. Um filão de mercado que estava adormecido, concentrado nas TVs fechadas.
Atenta aos resultados do programa da RedeTV!, a Band importou da argentina os direitos de adaptação de “Custe o que Custar”, um formato que mistura jornalismo com humor. Fatos políticos, artísticos e esportivos são abordados de forma satírica e debochada. Apresentado por Marcelo Taz, Marco Luque e Rafinha Bastos, traz matérias que envolvem pessoas públicas, como políticos, celebridades e jornalistas, com perguntas pouco discretas e inconvenientes.
O foco do “CQC” é diferente do “Pânico da TV”. O primeiro opta por um um jornalismo irreverente e temporal, o segundo prima por factóides, sem qualquer compromisso com a verdade. O interessante, neste caso, é que cada um deles adquiriu sua identidade própria e audiência cativa.
Os humorísticos, enfim, se diversificaram e enriqueceram as suas pautas. O público também contribuiu para esta evolução. O brasileiro sempre teve o costume de rir dos seus problemas. Na maioria das vezes, zombou da política sem sequer saber que os verdadeiros palhaços não estavam no Palácio, mas sim atrás das urnas. Hoje, permanecemos rindo, mas com um pouco mais de discernimento. E as sátiras têm suas contribuições. Elas fazem com muita gente discuta e reflita sobre as questões sociais. Nem que seja para fazer graça. Parece piada, mas é verdade.
Os formatos televisivos têm seu ciclo de vida. Eles envelhecem e o público se renova. Isso não quer dizer que o humor de Chico Anysio esteja fadado ao esquecimento. As novas gerações, todavia, desconhecem cada vez mais o trabalho deste grande humorista. O fato de estar fora do ar amplia ainda mais este ostracismo. Há ainda os programas que não se reinventaram com o tempo, como o caquético “A Praça é Nossa”. A estética, o roteiro, o cenário e as piadas cheiram a naftalina. O enredo insiste em privilegiar a sexualidade, a homofobia e as piadas de duplo sentido.
“Zorra Total” também investe em uma estrutura semelhante à da Praça, com algumas vantagens: o amparo técnico da Rede Globo, cenários elaborados e um polpudo orçamento de produção. No elenco, grandes nomes da dramaturgia nacional. O resultado, contudo, deixa a desejar. Muito carnaval para pouco conteúdo. E pior: com público garantido e audiência em alta.
Um dos representantes da nova geração do humor brasileiro é o “Pânico na TV”. A versão televisiva do programa radiofônico estreou em setembro de 2003, aos domingos, na RedeTV!. Abrigada em um horário bastante disputado, inicialmente às 18h, a trupe de Emílio Surita começou a se destacar com a sua comicidade non sense. Perguntas indiscretas, quadros bizarros e intervenções esdrúxulas chamaram a atenção de um estrato até então marginalizado na programação dominical aberta: os jovens de classe ABC.
Desde sua criação, o trash passou a ser um dos elementos principais do “Pânico na TV”, uma atração declaradamente kitsch e grotesca. Por possuir um público altamente qualificado e formador de opinião, virou um retumbante sucesso comercial e atraiu anunciantes de diversos segmentos. Um filão de mercado que estava adormecido, concentrado nas TVs fechadas.
Atenta aos resultados do programa da RedeTV!, a Band importou da argentina os direitos de adaptação de “Custe o que Custar”, um formato que mistura jornalismo com humor. Fatos políticos, artísticos e esportivos são abordados de forma satírica e debochada. Apresentado por Marcelo Taz, Marco Luque e Rafinha Bastos, traz matérias que envolvem pessoas públicas, como políticos, celebridades e jornalistas, com perguntas pouco discretas e inconvenientes.
O foco do “CQC” é diferente do “Pânico da TV”. O primeiro opta por um um jornalismo irreverente e temporal, o segundo prima por factóides, sem qualquer compromisso com a verdade. O interessante, neste caso, é que cada um deles adquiriu sua identidade própria e audiência cativa.
Os humorísticos, enfim, se diversificaram e enriqueceram as suas pautas. O público também contribuiu para esta evolução. O brasileiro sempre teve o costume de rir dos seus problemas. Na maioria das vezes, zombou da política sem sequer saber que os verdadeiros palhaços não estavam no Palácio, mas sim atrás das urnas. Hoje, permanecemos rindo, mas com um pouco mais de discernimento. E as sátiras têm suas contribuições. Elas fazem com muita gente discuta e reflita sobre as questões sociais. Nem que seja para fazer graça. Parece piada, mas é verdade.
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